Uma das características mais marcantes dessa geração é a hiper conectividade. Já nasceram na era da tecnologia, com internet disponível. Muitos tem seu primeiro celular na infância, com inúmeras possibilidades que não tínhamos na mesma idade.
Ser jovem hoje e ter um celular é quase que indissociável. Muitas vezes até quem não tem condição financeira, tem um Smartphone mesmo que de um modelo mais antigo, os celulares hoje estão mais acessíveis.
Segundo a pesquisa da autora ao entrevistar os jovens, ela constatou que 2/4 das horas do dia eles passam digitando mensagens; 2 horas por dia na internet de modo geral, 1h30 por dia jogando algum jogo eletrônico; meia hora em bate-papo com vídeo. Dando um total de mais ou menos 6 horas por dia com todos os tipos de mídia eletrônica, e se pensarmos nas horas úteis que a gente tem no nosso dia e de atividades essenciais que um jovem tem que ter como ir para escola e fazer as tarefas de casa, então provavelmente eles estejam preenchendo um tempo muito maior do que deveriam com as mídias.
MULTITAREFA E A IMPORTÂNCIA DO ÓCIO
Junto com a geração Z e toda evolução tecnológica, surgiu o mito de ser multitarefa. Especialistas dizem que não somos multitarefas, não conseguimos prestar atenção em mais de uma coisa ao mesmo tempo, e que pelo contrário, isso apenas gera uma carga excessiva de informação no nosso cérebro, que atrapalha a concentração e retenção da informação. Ou seja, quando tentamos fazer duas coisas ao mesmo tempo, não fazemos nenhuma de forma correta.
Não conseguimos exercer com excelência mais de uma atividade complexa ao mesmo tempo.
Pela correria do dia a dia estamos sempre fazendo mais de uma coisa ao mesmo tempo, mas geralmente são atividades automáticas, que não precisam de um processamento complexo, e mesmo assim não significa que estamos fazendo com 100% de certeza. Nem se realmente conseguíssemos fazer muitas coisas ao mesmo tempo, isso seria bom. Estaríamos forçando mais ainda nosso cérebro com essa rotina acelerada, o que pode gerar mais ansiedade.
A escritora americana, Linda Stone, cunhou o termo atenção parcial contínua, que descreve essa sensação da multitarefa, pois podemos até realizar algumas atividades de forma simultânea, porém de forma superficial. Não nos aprofundamos nas tarefas, que geralmente não precisam de uma atenção completa, simplesmente mantemos uma atenção rasa, controlando a situação.
Além da multitarefa não ser recomendada, o ócio é muito importante para todos e principalmente às crianças, para estimular a criatividade. Com a tecnologia e muitos recursos, a diversão já vem pronta, deixando pouco espaço para a criatividade. Hoje é comum as crianças terem um excesso de tarefas, vão para escola, curso de idioma, música, esporte, etc., quase não têm tempo para se divertir, desde cedo já são inseridas no conceito de super produtividade, e não fazem o que é mais importante para a infância, o brincar.
Crianças precisam brincar e viver o ócio, desenvolver a criatividade com brinquedos simples como pedaços de madeira, utilizar materiais que possam construir seus próprios brinquedos. Não precisam de agenda lotada, e sim de estímulos e disponibilidade para serem crianças.
TWENGE, JEAN. IGen: Por que as crianças superconectadas de hoje estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes e completamente despreparadas para a vida adulta. 1 ed. São Paulo: nVersos, 2018
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